segunda-feira, novembro 04, 2013

Postal de Lisboa


Não há nada melhor que receber um elogia gratuito e expontâneo, vindo de quem realmente só tem aquilo para nos dizer e ao dize-lo, é só mesmo isso que quer dizer. A mensagem não tem que ser extensa, muito menos oficial no modo como se apresenta, basta que saia com as palavras certas e em modo de expontaneidade. Gostava de saber contar melhor estas pequenas histórias de felicidade, estes pequenos momentos de satisfação, floreá-los à medida do contentamento que me trazem ao vive-las, mas não me sai! Pelo menos não hoje.

segunda-feira, setembro 04, 2006

Aproveito para agradecer

Meu doce, aproveito para agradecer toda a atenção q me tens dado. Aproveito para agradecer a paciência que mostras nos dias em que preciso de falar só porque mais ninguém me pode ouvir. Aproveito para agradecer a compreensão e toda a falta de julgamento para com quem merece ser julgada e posta em cheque. Aproveito para te dizer que cada vez que me dás nas orelhas, eu posso melhorar e ser mais correcta comigo mesma.
Aproveito para dizer q me leram a sina e disseram mais ou menos o que tu disseste e aproveito para te pedir um abraço amigo cada vez que me vires!

Cara amiga, aquele abraço!

domingo, maio 21, 2006

E o teu teste, o que dá?

You Are Bud Light

You're not fussy when it comes to beer. If someone hands it to you, you'll drink it.
In fact, you don't understand beer snobbery at all. It all tastes the same once you're drunk!
You're an enthusiastic drinker, and you can often be found at your neighborhood bar.
You're pretty good at holding your liquor too - you've had lots of experience.

sábado, abril 08, 2006

Hummm parece-me bem! Que dizes?


Raki, the arab drink, was very cheap and the bistro was open at all hours, for the Arabs - lucky men - had the power of working all day and drinking all night.(George Orwell - Na penúria em Paris e em Londres)

Sharing Song



It's always more fun
It's always more fun
To share with everyone
If you have two
Give one to your friend
If you have three
Give one to your friend and me
It's always more fun
To share with everyone
If you've got one
Here is something you can learn
You can still share
Just by taking turns
If you've got a ball
Bounce it to the gang
If there is a new kid
Invite him out to hang
If you've got one sandwich
Cut that thing in half
If you know a secret joke
Tell it and share a laugh
If you've got one drumsticks
Give one to your friend
Make one beautiful rhythm
Share a beat that never ends
And if you're feeling lonely
Share time with your mom
Share some milk and cookies
And sing the sharing song
It's always more fun
To share with everyone

domingo, abril 02, 2006

A ROOM WITH A VIEW

Bem vinda Primavera! E vilarejo, infinito particular, coisa bonita.

quarta-feira, março 01, 2006

Simplicidade

Sempre que vejo um filme com sotaque da Inglaterra, fico hipnotizada. Ponho-me a falar comigo em inglês "very british" até me doer a cabeça, não consigo parar. É uma espécie de esquizofrenia, para testar a habilidade do sotaque, da imitação. Espero e(ou "i", nunca sei estas coisas fáceis...)migrar um dia para lá e fazer passar-me por inglesa.

(os senhores ingleses, os senhores americanos)

Gosto de pessoas simples, gosto mesmo muito. É o que tem o meu irmão, a simplicidade de ser inteligente e não precisar de conceitos prévios para avaliar rigorosamente nada. Cada momento é único e não traz memórias. E não são necessárias. E no entanto, se se aplicam preconceitos, são subtis, tornam-se válidos e coerentes com o raciocínio. Sabes, o meu irmão surpreende-me sempre, e às vezes estranho que esta genialidade ainda não tenha transpirado e feito dele alguém importante. O mais encantador e interessante que se pode ter é ser-se simplesmente inteligente. Vim a pensar nisto no caminho para casa. E sei que já te falei nestas coisas mas apeteceu-me escrever-te. Já agora, como mais ninguém vê este blog, pode ser assim, troca de palavras. Tipo blogail, mix de blog com mail.

sábado, fevereiro 11, 2006

9ª Sint(f)onia para quando eu me esquecer do resto

Oh Pátria, nunca mais esqueceremos
os heróis do 4 de Fevereiro
Oh Pátria, nós saudamos os teus filhos
tombados pela nossa independência
Honramos o passado e a nossa história
construindo no trabalho o homem novo
Honramos o passado e a nossa história
construindo no trabalho o homem novo

Angola, avante!
Revolução, pelo poder popular
Pátria unida, liberdade
um só povo, uma nação.

Levantemos nossas vozes libertadas
para glória dos povos africanos
marchemos combatentes angolanos
solidários com os povos oprimidos

Orgulhosos lutaremos pela Paz
com as forças progressistas do Mundo
Orgulhosos lutaremos pela Paz
com as forças progressistas do mundo

Letra : Manuel Rui Monteiro
Arranjo Musical : Rui Vieira Dias Mingas

quinta-feira, dezembro 29, 2005

História duma vida

Raiva

Sem comentários

sexta-feira, novembro 18, 2005

A última vez que me falei com Deus, foi para lhe pedir que não me fizesse aquilo. Lembro-me do sítio onde lhe roguei que estivesse quieto e que não separasse quem não quer ser separado. O espaço era muito pequeno, estava preenchido com bastante gente, uns acomodados nos bancos como normalmente, outros em cadeiras de rodas e duas pessoas em macas, se a memória não me quiser falhar agora.
Ninguém dava importância à pessoa do seu lado, ninguém olhava para a sua roupa, muito menos para a sua condição física, na maior parte dos casos débil e fragilizada, ninguém queria saber da figura ao seu lado, mas todos queriam o mesmo dom: saúde.

Apesar do espaço ser pequeno em tamanho, abafado e sem grandes simbolismos na parede, nunca havia assistido a uma celebração de tal forma carregada de carisma, chamemos-lhe assim… Se é que se pode chamar carisma à intensidade das preces que se sentiam no ar, umas visivelmente desesperadas pelo ar desesperado de quem olhava em frente, outras com um brilho especial de quem agradecia uma benesse, outras tantas indiferentes ao sofrimento daquele espaço e a minha própria prece. A minha última prece.

Pedi insistentemente, em jeito de ameaça, numa raiva que ainda hoje cá tenho dentro, que não me fizesse aquilo e que olhasse para quem ali estava em súplica por dias melhores. Usei vernáculo enquanto rezava, enchi-me de chumbo e de fel pela injustiça que sabia estar a sofrer. Avisei-O mais que muitas vezes, repetindo as mesmas palavras, no compasso nervoso de quem está à beira dum ataque de nervos, outro aviso e outro aviso, mudava constantemente de posição, ora com as mãos no colo, com os braços cruzados no peito e sempre outro aviso, seguido de outro aviso, com os nervos em permanente descarga, o pulsar da adrenalina com outro aviso e outro aviso e outro aviso, raiva por depender do que não se explica, sempre a avisar e a avisar e a avisar! AAAAHHHHRRRRRR!! Saltou-me a tampa em lágrimas de desconsolo… Olhei para o lado nessa altura, vi a angústia naquele olhar que outrora só me transmitia segurança e pensei no que não tinha feito, no que tínhamos que fazer, no que ia acontecer. Encolhi-me e vi que não estava nas minhas mãos.

Despedi-me de Deus nesse dia. Ele que faça o seu trabalho sujo de decidir os destinos da Humanidade longe de mim. Não vou ser conivente com tamanha falta de senso, muito menos com o sofrimento alheio. Não lhe volto a falar, Ele que se amanhe com o que criou e se realmente a escolha é só nossa (como tantas vezes ouvi na catequese:”o mundo é mau porque os homens são maus! A culpa não é do Senhor, nós temos o poder de escolher!”) então eu escolho não lhe ligar mais.

Ele que se foda!

sábado, julho 30, 2005

por motivos óbvios


Cheguei, pousei as minhas coisas,
já nem pesam
sento-me neste pedaço de tudo
olho agora sem dor esta paisagem única sem limites

se eu soubesse o que sei hoje...

Sorrio, não ha tempo nem pressa
mato saudades de quem aqui chegou ontem
ouço serena os vossos suspiros
não vale a pena afinal, tá-se bem no além

se eu soubesse o que sei hoje...

Mando daqui um abraço do tamanho da viagem
nao chorem mais, aí em baixo
espero que recebam esta mensagem
serei agora um anjo a olhar por vós

se eu soubesse o que sei hoje...

(é muito bonito, é a letra de uma música que me comove)

segunda-feira, julho 18, 2005

...Donte file laique uarquing tudei...

Tendo usado quase todos os meus subterfúgios distracionais, volto à origem de donde me sale todo… ó casí todo…

Há dias assim, não apetece sair da cama, quanto mais criar arte, gerar beleza ou dar de comer aos cães…
Hoje será um daqueles dias em que ouvir o despertador é quase tão violento como morder a língua enquanto se masca um qualquer deleite. Será quase tão invasivo como ver que o nosso chefe nos viu em tal sítio no fim-de-semana. Tão mau como é mau ter um carro de polícia a parar imediatamente atrás de nós, depois de passarmos um vermelho:”será que ele me viu a matrícula?”. A mim hoje só não me aconteceu a última hipótese mas senti-me quase violada quando o chefe diz (!que disse!) que me viu… Ai Ai…

Vontade de ir para casa, sestar, fazer ronha, praticar dum tudo sem acabar nada, em toda a (perícia… coff…coff) preguiça que isso traz.

Se me dessem a escolher uma profissão queria ser Técnica Oficial de Nada. Fazer o nada exige!!

quarta-feira, junho 15, 2005

sem titulo

Não sabia que ainda se escrevia por aqui e sentei-me com vontade de escrever. Ia dirigir-me à crise a medo, estando esta completamente esquecida no limbo do último post, no tormento da memória...

[Deixemo-nos de tretas, já me perco das palavras difíceis. Só elas validam alguma frase. É a falta da coerência, da obstinação, no fundo a falta do rumo.]

Como dizia, parei cá por acaso, supunha que estava aqui o silêncio reinante das páginas expiradas e afinal ainda escreves e gostei tanto de saber! Ando a sentir-me para escrever, talvez porque andes a escrever tanto e eu também queira, ora essa! Estou com inveja dessa pulsão e da fluidez e das ideias lúcidas, gosto tanto das ideias lúcidas e claras, aquilo que sempre nos ocorreu na bruma e de repente lemos de alguém com a clareza das frases das histórias simples. É um dom, esse da clareza, da lucidez e dos instantes capturados com magia. O da pseudo metafísica é que é uma valente treta e como sei disso, tenho evitado escrever. Evitadamente o faço, porque se for com brevidade e esporadicidade, não hei-de causar assim tanto mal ao mundo e ao menos, sempre me procuro em alguma coisa que digo.

Não sei onde me dirijo, parece evidente. Tenho que te dizer que enquanto lia os teus últimos posts, começou a tocar o Gaspar e também a mim a ria salpicou de longe, afinal funciona! E toca!

quarta-feira, junho 01, 2005

Támum Juntún

Mas que verdete é este colega? Nem com ameaças de violência física isto anda para a frente? Mas que marasmo que falta do que dizer esta que apareceu? Não me resigno nem me contenho, vou sempre escrever por aqui, mesmo sem audiência, mesmo sem o raio que o parta, hei-de introduzir melhorias, aos posts postados, numa ginga-ginga, quanto mais não seja, semanal.
Via há pouco duas sardaniscas em plena cópula debaixo dum sol quente que decidiu visitar-nos hoje por estas terras. É a naturalidade do que a mãe natureza lhes reservou e elas (es) não a contrariam, entregando-se no mais primitivo dos anseios: o da sobrevivência.
Correndo o risco de parecer uma adolescente que escreve (o que na realidade até sou!), quero escrever por sentir que isso é parte de como sobrevivo. Não num sentido de prolongamento da raça, mas sim para prolongar a minha própria sanidade mental, já de nascença algo defeituosa.
Viver da escrita não me parecerá possível, nem daqui por muitas luas, pelo que ao menos masturba-se um pouco o ego escrevendo para um público que se envolve no que escrevo e não na forma como o faço.

Vamos a isso e como dizem amigos da família: “’Támum Juntún!”

segunda-feira, maio 23, 2005

O Benfica ganhou mas eu bato-te na mesma!

XoXo

É indecente, indelicado, rude e duma grande falta de chá o que se passa com este blog! Que é isto? Tanta coisa bonita para escrever e nada? Comé?
Amanhã de manhã um post aqui da Tia-da-França, espero reply ou levas nazurelhas!

terça-feira, novembro 30, 2004

Remendos nos cotovelos das camisolas

Somos do tempo dos Amigos do Gaspar, do tempo em que marionetas tinham piada e os efeitos especiais mais rebuscados envolviam um guarda Xsseródio com pronúncia de Mangualde (há quem diga Sever do Vouga mas não creio…).
Os super poderes do Manjerico eram fazer rir e sobretudo fazer sorrir, depois de ver a amizade e carinho existente entre ele e o seu eterno compincha Gaspar. Era um sortudo o rapazola, em toda a sua feição.
Era bem novita mas tenho os sons e as cores cravadas na memória, um verde vivo e um linguajar em falsete, imperceptível no conteúdo mas tão rico e musical na forma.

- “Tóió sóió Gaspáió? Sóió tóió, tóió sóió!”
- “Não te preocupes com isso Manjerico, na loja da Tia Felismina arranja-se um igual!”



Não havia brindes no Bolicao, nem nas batatas fritas, que raramente havia tostões para comprar. Os flocos de neve não davam cromos e só algum tempo depois surgiram umas pastilhas com tatuagens que a malta comprava só para pintar as mãos e os braços, porque as pastilhas por si só eram uma bela cagada e rijas como tudo. Interessava o invólucro, o conteúdo vinha por acréscimo.
Devaneios de quem tem saudades dum tempo em que usar meias rotas era feito digno de mostrar aos colegas e rasgar as calças, sinónimo de espírito aventureiro. O que eu gostava dos remendos nos cotovelos das camisolas…Ou das joelheiras aplicadas com perícia nas tardes de domingo ao lado da minha mãe na sala de costura... Parece que oiço a máquina a trabalhar aqui ao lado. Sons que são lembranças, cheiros e cores que se tornam momentos passados... Quem te mandou crescer? Eramos os maiores e nenhum Thomas Sawyer nos ficava atrás, se bem que não nos deixavam andar descalços, mas facilmente chapinhávamos nas poças deixadas pela chuva, em concursos para ver quem mais molhava as calças!

Qual geração rasca qual o quê! Somos os maiores e as nossas mochilas duraram anos!

segunda-feira, agosto 16, 2004

vício no som, dom, tom

Não era esta a letra que eu queria pôr, mas não quero ilações apesar de as haver e por isso a outra me diz mais qualquer coisa. Enfim, há quem leia o blog, suponho, e permaneço intacta de integridade. A Naifa, é preciso ouvir, é preciso babar.

Queixas de um utente

Pago os meus impostos, separo
o lixo, já não vejo televisão
há cinco meses, todos os dias
rezo pelo menos duas horas
com um livro nos joelhos,
nunca falho uma visita à família,
utilizo sempre os transportes
públicos, raramente me esqueço
de deixar água fresca no prato
do gato, tento ser correcto
com os meus vizinhos e não cuspo
na sombra dos outros

Já não me lembro se o médico
me disse ser esta receita a indicada
para salvar o mundo ou apenas
ser feliz. Seja como for,
não estou a ver resultado nenhum.

(José Miguel Silva)

sexta-feira, agosto 06, 2004

Já se sentiram assim??

Onde Ir

Eu não sei o que vi aqui
Eu não sei para onde ir
Eu não sei porque moro ali
Eu não sei porque estou
Eu não sei para onde a gente vai
Andando pelo mundo
Eu não sei para onde o mundo vai
Nesse breu vou sem rumos

Só sei que o mundo vai de lá para cá
Andando por aqui por acolá
Querendo ver o sol que não chega
Querendo ter alguém que não vem


Vanessa da Mata

quinta-feira, julho 29, 2004

Chamou-me a atenção. Calções, camisa, calçado confortável e uma mochila. Somente.
Ar “Coronel Tapioca” de uma ponta à outra e uma cara feliz. Ou indiferente. Ou de quem se borrifa para tudo e todos e tem vontade de ir. Cara de saber tudo que a humanidade procura há séculos de civilizações. Pinta de quem consegue e perdeu o tumulto entre o querer e saber agir. Sem medo. Só com o polegar apontado, um pedido, um favor: ”levem-me para onde forem que, mesmo aí, estarei bem”.
Andarilhos, calcorrear terrenos, parar uns tempos para juntar uns trocos e continuar até onde a caridade puder esticar.
Não o pude ajudar, estava com pressa e os meus destinos não levam para longe,”comigo não vais longe… até Ílhavo, pode ser?” Entreter-me-ia a ouvir, faria infindáveis perguntas, conversaríamos até ser outro dia. De tudo, de nada, do que tivesse para me contar, do que me conseguisse ouvir. Acabaríamos no Algarve, onde fosse, mas queria saber! Qual o “pózinho” que tomam aqueles que não se prendem, arrancar-lhe-ia a receita da coragem, seria só minha!

Não fui. Iria atrasar compromissos, perderia prazos, decepcionaria quem esperava por mim.
Não consegui parar. Falta a alquimia, o frasquinho torneado, o “take the blue pill”. Sair do nicho e passar para a incerteza. Andar por aí, contente com os dias que correm, só porque correm e só por isso ficar contente.
Mas é assim a vida e aqueles que não param ficam sem saber. Comemos os restos, sempre é mais cómodo que caçar.

E o comodismo é práctico.

E nem por isso bom. 

terça-feira, junho 15, 2004

eterno sol da mente imaculada

hoje apetece-me mesmo fugir, faltar ao trabalho e apanhar um comboio promissor para montauk ou mesmo para a barra e caminhar por algum lado sem encontrar ninguem ou alguem que nao me perturbe ou mesmo muitas pessoas sem que me pareca estar numa multidao.

apetece-me ouvir musica a ecoar na cabeça sem que nenhum radio soe, so de forma a que sinta o mesmo que quando estou no cinema, uma esmagadora sensacao de beleza quando o filme é mesmo bom. apetece-me sair daqui e que lá fora seja como um filme e que os sentidos se apaziguem das torturas e a razão faça tréguas com os erros e o dia seja diferente.

terça-feira, junho 01, 2004

É fruto do momento...

Hoje dei por mim a rezar. Sei que não rezas porque não acreditas e pelas explicações que me deste destas tuas coisas da vida, o teu credo mais parece uma demonstração matemática.

Será que Deus não passa duma equação?

Quando era mais nova (!!há três quinze dias!!) julgava que o planeta Terra era uma caixa de Petri que os extraterrestres estudavam, tipo cultura biológica em ambiente controlado e que os humanos eram matéria de estudo para as aulas de biologia e química dessa gente. Era chavalita, não pensava ou melhor, pensava demais e queria explicar tudo para ser melhor e mais perspicaz que os meus amigos com acne.

Também me divertia a pensar que tipo de coisas diriam sobre mim, como seria classificada, em que grupo estava, que tipo de nome me dava... Provavelmente algo como “Chavalas Brilhantum et Giraçum” !! Narciso, larga o espelho!

Tinha razões para tal já que, se conseguiram criar algo como a Terra com o seu equilíbrio ecológico e a forma linda como tudo se combina(ava), então conseguiriam monitorizar cada passo nosso, desde o acordar até à hora de pôr o casaco de madeira. Era nova, não pensava…
Depois cresci e vi que não podia ser assim. A beleza da vida não pode ser regulada pelo meio de cultivo, temperatura ou pH da solução. Não pode. Tem que haver alguma mais, é tudo muito bonito.
Tenho conversado com diversas pessoas que sentem o que sinto. Há circunstâncias, pequenos gestos, atitudes, um pôr do sol, um abraço certeiro, coisas mínimas, que normalmente passam ao lado de tão simples que são, e isso sim faz-me ver que não pode ser com varetas ou gobelets que se faz a carne humana.
Houve uma altura em que a vida me corria tão mal que julgava que Deus tinha mesmo que existir, tudo era mau demais para ser coincidência ou obra do acaso. Tinha que haver um Dundgeon Master a prejudicar cada um dos meus passos e a passar-me rasteiras a torto e a direito. Era tudo muito bem planeado.
Não me meterei em teologias, pouco ou nada sei sobre tal assunto, mas a realidade é que acredito. E não necessariamente por precaução, tipo PPRE, ou seguro de “além vida”. Acredito porque não consigo entender a vida doutra maneira, não vejo os dias como obra do destino, não faria sentido tentar ir mais além se assim fosse. Se eu soubesse hoje, por adivinhação, que ia morrer pobre, que seria esse o meu fado, nunca teria perdido tanto tempo a estudar, ou desistiria de tentar superar-me fazendo o que faço da melhor forma possível (que nem sempre acontece por motivos vários…mas eu tento).

Já houve quem me adivinhasse um futuro de solidão:”Tu a continuares assim vais acabar sozinha”. Custou a ouvir na altura,ainda martela um bocado, sobretudo vindo de quem vinha, e o que se lhe seguiu não foi muito melhor mas ainda assim acredito que tamanho poder, só o tempo tem e ninguém pode prever dessa forma a vida de ninguém. Blasfémia das blasfémias, acho que nem Deus sabe muito bem… O ser humano é estranho demais e até o Todo Poderoso deve ter dificuldades em fazer previsões.

No que eu acredito é que Ele está lá, com túnica ou sem túnica, com missal ou sem missal, com Santos ou sem Santos, eu acredito que ele está lá.

quarta-feira, maio 26, 2004

hoje é dia de mudanças

- uma pessoa ri-se, gesticula, sozinha enquanto espera? por alguém em algum lugar? pois hoje exorcizei a puta da fantasmagoria, ri-me e na verdade, ninguem reparou, contrariando todos os preconceitos. é um dia especial este, em que me sirvo sozinha numa tasca bar, em que me alieno de mim e sorrio em desafio. viva a sociopatia!

quinta-feira, maio 20, 2004

Ser produtivo neste país não é fácil. Quando se mora em cidades onde os bares vendem cerveja ao litro pela singela quantia de 400$00 e jarras de sangria por 1000 paus, quem pode censurar aqueles que, como eu, são fortes adeptos da modalidade “manda vir outra”? No dia seguinte ninguém aguenta com nada, convenhamos, mas eu explicarei e lanço um repto a colegas meus de treino que querem desistir: insistam e treinem que como se diz em Inglês “practice makes perfect”!
Como qualquer outra disciplina desportiva que se queira levar a sério, o “manda vir outra”, quando jogado ao seu mais alto nível, requer: prática, treino e muita concentração. Beber diariamente custa e quem o faz afincadamente corre o sério risco de lesões internas e outras que se reflectem no dia seguinte em dores de cabeça, secura constante e fortes dificuldades em ingerir, direi mesmo, cheirar qualquer tipo de comida.
Há um outro risco, no meu caso é bastante remoto, que é o dum gajo se fartar! Felizmente há grande variedade de bebidas, quase tantas como os modelos de ténis para basquetebol, e só os amadores chegam a este ponto de fraqueza, acabando por desistir e dizer: “-Hoje não bebo mais… Não me ‘tá a saber bem…”. Quase como aquelas fats que surgem por épocas e que facilmente se esquecem. Quem é que nunca quis ser profissional de alguma coisa e pela periodicidade e rotina, que ser profissional implica, acabou por desistir? No “manda vir outra” isso não acontece e, quanto mais outras vierem, o palato e o discernimento começam a desaparecer, levando a que o desporto se pratique quase sem que nos apercebamos da quantidade de garrafas que já nos tiraram da mesa.

Esta fase coincide com a não muito agradável altura em que os donos do estabelecimento/ginásio onde decorrem os treinos, aumentam o nível da contenda, mexendo no chão e alterando o campo de visão de, ecrã inteiro, para ecrã em modo palplus. Os verdadeiros atletas, e até hoje conheci poucos que não fossem da minha família directa, apreciam esta fase do treino normal já que a mesma duplica a concentração. Convenhamos que coordenar duas pernas, o léxico e o sentido cinestésico torna-se complicado e ter uma boa prestação nesta etapa de provas é sobremaneira gratificante.

Serve este apontamento para todos aqueles que se embaraçam e temem admitir o seu fanatismo pelo “manda vir outra”. Não será um desporto muito saudável mas, ao contrário dos futebolistas e afins, não é preciso dizer sempre a mesma coisa como:”o jogo correu mal… não ganhámos porque a outra equipa marcou mais golos e nós acabámos por os sofrer! 'Tamos confiantes que póssamos recuperar na próxima jornada, mas a sorte não esteve cagente,enfim!” Sempre podem ser ditas coisas mais inteligentes como:”o vinho é frutado”, ou “a sangria está muito saborosa”. Se bem que na fase final dos treinos ou das competições, um praticante ao nível que eu me considero, não diz sequer pão, mas deve ter sempre preparada a frase de segurança (se possível em várias linguas...):”Onde é a casa de banho? Acho que vou vomitar…” Nem sempre a frase sai tão bem encadeada mas dizer palavras chave como “vomitar” normalmente é o suficiente.

Uma dica importante para quem inicia a actividade é tentar descobrir antes do início da prova ou treino onde pode descarregar baterias e o estomâgo. Note-se que esta técnica só não funciona quando a memória nos falha, mas aí… nada a fazer.

Apesar de todos estes contratempos, é praticada em conjunto e o convívio que se gera é deveras gratificante, já que se chega a uma mesa onde se conhece meia dúzia de gatos pingados e acaba-se a noite a dizer à outra dúzia e meia como são pessoas porreiras. É muito humano praticar o “manda vir outra”.
Numa sociedade como a nossa onde não há oportunidade de aprofundar o conhecimento dos outros, nada melhor do que uma modalidade em que no espaço de horas, todos os que nos rodeiam nos parecem os nossos melhores amigos e com quem se trocam confidências como:" Fiz chichi fora da sanita...E GOSTEI!!”

A todos os que querem começar a modalidade, existem excelentes campos de treino nas Universidades (onde me introduzi na alta competição) e em diversas tascas típicas espalhadas pelo país. Não confundam no entanto este espaço com as afamadas semanas académicas, essas temporadas são destinadas somente a profissionais e o envolvimento de novatos só serve para envergonhar os verdadeiros praticantes, cuja fama tem sido fortemente prejudicada. Devo dizer-vos inclusivamente que temos nesses eventos e campeonatos, um ou outro recorde mundial.
É motivo para continuar a praticar!


Dedicado à Joana Rocha: “Never stop the bues!!”

terça-feira, março 23, 2004

Já reparaste como cada vez mais as nossas conversas se inclinam para a eterna questão Is there anybody out there??
Dizia há dias à minha pikena que a vida devia vir com manual de instruções... Grande parte do que me ensinaram na escola não tem aplicação práctica na vida, tirando a utilização de cábulas e de subterfúgios para me safar e mesmo esses não aprendi nos livros!! Foi com outros que já se tinham visto forçados ao desenrasque para escapar aos caprichos da vida..

Joana, tu que me limpas a alma a cada troca de ideias (é verdade o que digo...), o que é que se faz a cada manhã em que não apetece sair da cama?? Acho que quem se queixa muito sou eu... Oh pobreza de espírito, hoje podias ter ido invadir outra alma, não??

P.S.: Desculpa a pobreza do Post

terça-feira, fevereiro 24, 2004

Porque se bebe? Porque na bebida tudo toma uma importância, tudo se dispõe segundo uma linha máxima. Conclusão: bebe-se por impotência e por condenação. (Albert Camus, Cadernos)

Ai, as almas atormentadas...

sexta-feira, fevereiro 06, 2004

Gabriela cravo e canela muito sexo, amor e rock 'n' roll pra ti no dia do teu aniversário!

quinta-feira, janeiro 29, 2004

Agora que aprendi a pôr pics no blog, deixo-te aqui uma pic que achei muito bonita, de um filme que gostava de ver, chamado In America. É com a miúda do Minority Report e achei-a tão bonita e a fazer uma personagem tão incredulamente futurista que me comoveu. Era a Agatha. Aqui, no In America, não sei quem ela é. Só sei que o filme é sobre uma família irlandesa que vai tentar a sorte para Nova York.

Também gosto de Nova York. Gosto muito. Onde é que tu gostavas de ir que, mesmo sem nunca teres ido, sabes que vais gostar?

segunda-feira, janeiro 26, 2004

Quando se vê assim, a morte em directo, ainda por cima depois de um sorriso tornado seráfico, assusta como nenhuma fobia, como nenhum quarto escuro; assusta na alma e na metafísica de existir.

quarta-feira, janeiro 21, 2004

Seguindo o teu conselho (ando sempre a seguir os teus conselhos, devias cobrar imposto...) imprimi os contos do Peixoto que estão lá no site dele e já li alguns. Ele diz umas coisas engraçadas, tem umas frases fortes e originais, gostei. Não é assim de desintegrar as ideias a uma pessoa mas há-de ser, daqui a uns anos. Hummm isto agora soou-me pretenciosamente condescendente... Estão verdes, não prestam, como diz a fábula da raposa... Enfim, achei muito engraçado um chamado Verdades Quase Verdadeiras, tem umas ideias anacrónico-futuristas e no fim tudo faz sentido.

Não faz mal nenhum que tu não escrevas, faz mal é que eu tenha tanto tempo para escrever...

"Ainda de madrugada, o cão comecou a ladrar, como se ladrasse contra qualquer coisa sem solução: o frio ou a morte." (JLPeixoto, A Mulher que Sonhava)

terça-feira, janeiro 20, 2004

Peço desculpa. A falta de tempo priva-me de partilhar mais proza contigo. Não sei se é mesmo só isso, mas a verdade é que blogas bem mais que moi meme.

Quanto ao resto, enfim... Começo a achar que comunico bem melhor ao vivo e o mundo das letras não será mesmo o meu. Ficará uma ilusão e uma sensação que, com um pouco de afinco, talvez lá fosse. Sonhar, sonhar... Tempos que não findam, uma sobriedade algo animosa, quero um mundo regido por Baco, Dionísio, sei lá. Mas não posso.

E não és a única a sentir o peso de si mesma, começo a crer que todo o mundo é só, o erro terá sido meu julgando-me original. "'Tamos na merda, mas 'tamos juntas!"