sexta-feira, dezembro 26, 2003

Até um Alvim escreve um livro. Escreve meia dúzia de palavras, mais ou menos apaixonadas, como diz a minha mãe "para inglês ver" e aí está uma mina de ouro para o moço. O truque não é escrever é saber como se vende, eu explico, ou pelo menos fico pela tentativa. É giro ser culto, é giro ler livros, é giro dizer que já se viu o filme e sobretudo é giro ter opinião. As pessoas gostam e nada melhor do que em conversa de café fazer a pergunta tão costumeira: Já leste o livro de fulano então nada melhor do que perguntar:"Já leste o livro do Alvim?" É que para além de se poder ler o livro há também a possibilidade de já se ter assistido a uma sessão de DJ do próprio para além de o brilharete ficar completo com a assiduidade com que se assiste ao seu programa de televisão. O livro vende.

Tem tudo para ser um êxito. Esquecia-me que também é muito fácil opinar sobre cartas de amor, basta dizer:"Profunda a dor e a forma como é encarada a desilusão de dar tanto sem nada receber, não acham? Ele sofre pela ausência do que anteriormente tanto o preencheu e escreve de forma sóbria sobre o que, no mais comum dos mortais, pode levar à depressão e à eterna amargura com o amor."(Bolas!!Ganda opinião!!)

Se eu publicar os meus rascunhos de romance, para além de vir a gastar imenso dinheiro em impressões para enviar a editoras, sujeito-me à grande vergonha de ter o meu manuscrito à venda numa prateleira de alfarrabista ou de loja de venda de livros em segunda mão.

Mas fico contente com os meus blogs e basta. Quem os lê quase só diz bem afinal That's what friends are for!!! Bloguemos no mundo Joana, Bloguemos no mundo!

terça-feira, dezembro 16, 2003

Já sei, comecamos a beber logo de manhã e bebemos até ao almoço e depois deixamo-nos andar sem beber e ao fim da tarde já posso voltar para casa. Há-de ser produtivo. Quando puderes, apita.

Então vamos ser escritoras! Cagamos na engenharia!

Acho que precisamos de uns copos e uma boa prosa.. mas não sei como vai ser isso... Agora não bebo, é a condução sempre à espreita!

Até o Fernando Alvim, que merda, editou um livro! Bem, mas ele diz que faz rádio desde os 13 anos que é bem mais do que algum dia eu possa dizer de alguma actividade extraordinária que tenha tido (não tive, pois...). E editou um livro das cartas de amor que escreveu até agora! Nem sequer é um romance, é só uma compilação de papelada! Mas quem é que dá a estes gajos a ideia de publicar?! E quem raio é que os compra?! Foda-se! MAS AGORA TUDO SE PUBLICA?! A Margarida Rebelo Pinto pelo menos escreve romances! Arre!

Até breve, estou revoltada com este universo de mastigar tudo. Tudo é digerível? Eu não tenho talento, mas porra, o gajo também não!

Obrigado pelo ânimo pré-Natal do pós estudante, pré-desemprego, já senti os arrepios só com a tua ajuda. Mal posso esperar! O sol quando brilha, é para todos.

sábado, dezembro 13, 2003

Só para te dizer que acabar um curso, nos dias que correm, serve como licença para exercer algo e nada mais que isso. Não é passaporte para profissão de respeito e muito menos para remuneração merecida, cada vez me convenço mais que neste país tentar saber mais é tido como falta de respeito para aqueles que sempre foram sabendo o que precisavam e com isso foram tendo sucesso.

Anúncios de emprego, cartas expontâneas, candidaturas às mil e uma relação muito próxima com as páginas de anúncios dos jornais será o dia a dia. Estágios de escravatura, um ou outro remunerado, um ou outro mais ou menos recompensador a nível profissional e uma mão cheia de nada.

"Aveiro é Nosso"!! Resta saber aonde e o quê....

Parabéns!!!

terça-feira, dezembro 09, 2003

Muitas vezes venho aqui pronta para escrever. Mas não me parece. Não me parece que algum dia me vá aliciar uma escrita virtual, num espaço virtual realmente inexistente. Infelizmente, ultimamente nada me surge e desisti de magoar as costas em prol de uma possibilidade constante de ideias; já não faço circular cadernos pela cidade. Nem livros. Já eu própria não circulo. É uma secura, e nem é natalícia, senão até podia ter a sua poesia.. é só esterilidade. Isto devia ser tudo divertido. E na verdade, não estou mal disposta ou deprimida. Mas deixaste-me sem espaço para graças.
"Preciso de rumo e preciso de expectativas em relação a mim e assusta-me o tempo todo que já perdi, as escolhas más, as más escolhas e assusta-me vir a errar novamente. Olho para a minha mãe e o seu olhar cheio de arrependimento gela-me por saber que a cada dia este também se torna o meu."

Não era bem isto que eu queria dizer, mas não é para dar demasiada importância, é como se escrevesse para mim. E daqui passo para o objectivo que era inspirar-te, com o José Gomes Ferreira, o meu primeiro ídolo das palavras.


"Porque é que este sonho absurdo
a que chamam realidade
não me obedece como os outros
que trago na cabeça?

Eis a grande raiva!

Misturem-na com rosas
e chamem-lhe vida."



segunda-feira, dezembro 08, 2003

Apetecia-me deixar aqui uma canção mas como cantar so com letras e sem melodia??
Island of Wonder...
Oiçam musica, purga a alma. Pelo menos comigo tem esse efeito!!!