terça-feira, dezembro 09, 2003

Muitas vezes venho aqui pronta para escrever. Mas não me parece. Não me parece que algum dia me vá aliciar uma escrita virtual, num espaço virtual realmente inexistente. Infelizmente, ultimamente nada me surge e desisti de magoar as costas em prol de uma possibilidade constante de ideias; já não faço circular cadernos pela cidade. Nem livros. Já eu própria não circulo. É uma secura, e nem é natalícia, senão até podia ter a sua poesia.. é só esterilidade. Isto devia ser tudo divertido. E na verdade, não estou mal disposta ou deprimida. Mas deixaste-me sem espaço para graças.
"Preciso de rumo e preciso de expectativas em relação a mim e assusta-me o tempo todo que já perdi, as escolhas más, as más escolhas e assusta-me vir a errar novamente. Olho para a minha mãe e o seu olhar cheio de arrependimento gela-me por saber que a cada dia este também se torna o meu."

Não era bem isto que eu queria dizer, mas não é para dar demasiada importância, é como se escrevesse para mim. E daqui passo para o objectivo que era inspirar-te, com o José Gomes Ferreira, o meu primeiro ídolo das palavras.


"Porque é que este sonho absurdo
a que chamam realidade
não me obedece como os outros
que trago na cabeça?

Eis a grande raiva!

Misturem-na com rosas
e chamem-lhe vida."